19 setembro 2005

atendendo a pedidos

um beijo pela minha serenidade.
quero o tormento dos ares inseguros.
loucura e sangue.
sem pressa e devagar pra não deixar estrago.
em doses, overdoses suportáveis
e prazerosas.
com o tempo da digestão.
quero a paz nascente da ameaça
e não do acordo.
a segurança do risco de um pé só.
um céu com pimenta.


(belo horizonte, 06 de julho de 2004)

8 comentários:

Anônimo disse...

Distanciada do tempo,
porque até agora fizera parte dele inconstante,
a luz do dia brinda as palavras,
cálice inverso de cristal azul,
estático e passante.
Quando o sereno se dissipa,
agulham incertezas,
poesia e momento, a vida.
Não é o temperamento do meio,
ou do equilíbrio,
mas o tempero do ácido, picante,
que apetita.

Anônimo disse...

saudade que dói

Anônimo disse...

Que "anônimo" mais sem graça esse segundo!? Gostei muito mais do primeiro!!!

Anônimo disse...

que sem graça são anônimos!
acho q deveriam assinar...
foi mal, mas é q fico curiosa...

misha disse...

hummm... gostei! meu poema preferido com tantos comentários!
aliás, q coisa linda esse primeiro, hein?! será q um dia ainda escrevo assim?

Anônimo disse...

Querer o que já se tem..!?
Quantas vidas em uma só..!?
Quantas palavras, ainda, pra nascer..!?

O "primeiro" poema só existe porque o seu, Michele, existiu, "pedido", atendido... respondido.

Não vê como se beijam em versos distantes, as palavras?
Não vê como navegam ambos em ares azuis, concorridos?
É filho do seu, o primeiro, recém-nascido.
Quantos mais hão de surgir, neste céu de cristais e pimentas embebido?

misha disse...

gosto de sentir que a vida é maior,
que as palavras dizem tanto.
que as lágrimas são de emoção pela vida que exite e fim.
não de saudade.

Anônimo disse...

Gosto de pensar que as palavras sentem, se beijam, se amam...
Cada uma propõe um dicionário próprio, inteiro,
de prazeres, invenções, peripécias.

Navimoventes as palavras...
ora o mais profundo, submerso, entranhado,
ora o mais livre, etéreo, inalcançável.