19 janeiro 2006

heroína póstuma


e, de repente, a não querida, a difícil, a carrasca vira vítima, se torna deusa. e como ter de morrer pra se tornar herói. não gosto disso. revejo muitas das minhas opiniões, mas não a esse ponto.

entenda o fim de uma história como o fim de uma vida. há quem aceita, segue a vida, toma outro rumo, outra história. e há os inconformados. que não podem ver a vida seguindo e teimam em ressuscitar assombrações. não conseguem seguir em frente e ficam com os mortos pra que tudo em volta fique congelado. nem pra frente, nem pra trás.

eu tenho medo de assombração. principalmente das de verdade. tento ficar longe dos cemitérios porque minha vida só tem uma direção. olha pra um lado só.

tudo em família


são três irmãs como gerações de um mesmo modelo? que se sobrepõem em qualidade, tecnologia, inovação?

me pergunto que qualidades são valorizadas para a turma da mãe, ou para os colegas do irmão. ou o novo cunhado.

já cansou essa coisa de tentar agradar. isso não existe mais. mas e quando a naturalidade não é o bastante? ser você mesmo não te faz interessante, a mais querida. sempre há alguém a dizer que há pessoas diferentes, que vão ver de forma diferente. mas são “conversas” que não dá pra engolir. é o senso comum, meu filho! implacável!

18 janeiro 2006

gosssssssip [:O]


há duas maneiras de alimentar as fofocas. uma é anunciando tudo que se faz, fazendo com que as pessoas saibam o que você faz, pensa, com quem anda, com quem não se dá... todo mundo “careca de saber”.
outra é não dizendo nada: criando uma barreira em torno de si. é a primeira reação às fofocas maldosas. apagar os scraps, não falar sobre a própria vida. só que não funciona. porque aguça a curiosidade das línguas afiadas.

e também há duas maneiras de lidar com as fofocas. uma é ligar pra tudo que falam, espalhar as notícias mal contadas. chatear-se com o quanto falam da sua vida ou maquinam só pra arrancar uma infomaçãozinha... a outra é fingir-se de bobo. que não é com você. balançar a cabeça, dizer monossílabos, com a consciência de que a vida é sua e pronto. você segue vivendo. em paz.

10 janeiro 2006

filhos pródigos


sair de casa. fácil! trabalho, estudo. tudo tirado de letra.

voltar pra casa é mais complicado. a mudança sofrida nem sempre é bem-vinda. e tem que ser? a falta de ritmo das conversas. precisar soltar um sorriso não amarelo enquanto rolam as piadas sobre sua roupa fashion. ou nem soltar nada – nem isso, nem som – ao ter de ouvir qualquer música: “ah, deixa a que estiver tocando...” ou quando não dá pra separar a carne desfiada da farofa. e tudo cheira a bicho morto.

voltar é ver tudo igual quando no outro mundo, tudo muda o tempo todo, o tempo inteiro. e ter que preservar o silêncio. afinal, não é mais o lar. as pessoas têm uma vida. e quem é o filho pródigo pra “botar banca”? resta lamentar em conjunto, na família de escolha... e fazer café com açúcar. só pra rebater!

08 janeiro 2006

keep going


"é como ver fred astaire dançar. parece tão fácil..."

04 janeiro 2006

confissão


ainda é estranho você tão perto. tão próxima. tão íntima. e me pego com sentimentos que não gostaria de ter. engraçado, mas eles sempre vêm com você por perto. mas também tenho boas sensações. principalmente de paz quando tudo corre bem. penso que pode ser alívio. e confesso que, em alguns momentos, me vem uma vontade de que você vá embora. mas não é por não gostar da presença – na verdade, sua voz, sua imagem, sua presença tão “enchedora” faz com que eu tenha que conhecer a mim e a você. aprendizado de como conviver com pessoas que não são almas gêmeas. e acredito que daí venha o valor... coisas difíceis são mais gratificantes.

aí, você vai embora. eu quase acho ruim (note que estou sendo sincera de uma forma quase crua). parece que vai faltar uma aula pra minha semana. e arrisco a dizer que queria você aqui pra te levar comigo pro samba, pra gente exercitar a gente. acho que vou sentir falta da presença gorda, dos assuntos que me canso de ouvir (e que às vezes só finjo que escuto). da naturalidade de quando contamos os casos da infância, quando não há mais tom de competição, nem inveja. eu sou uma. você é uma. e a gente se ama: cá do nosso jeito esquisito... mas é assim que é. tem que aprender pra aceitar.

(pra alguém que me faz acreditar em destino, em vidas, em evolução do espírito.)