04 janeiro 2006

confissão


ainda é estranho você tão perto. tão próxima. tão íntima. e me pego com sentimentos que não gostaria de ter. engraçado, mas eles sempre vêm com você por perto. mas também tenho boas sensações. principalmente de paz quando tudo corre bem. penso que pode ser alívio. e confesso que, em alguns momentos, me vem uma vontade de que você vá embora. mas não é por não gostar da presença – na verdade, sua voz, sua imagem, sua presença tão “enchedora” faz com que eu tenha que conhecer a mim e a você. aprendizado de como conviver com pessoas que não são almas gêmeas. e acredito que daí venha o valor... coisas difíceis são mais gratificantes.

aí, você vai embora. eu quase acho ruim (note que estou sendo sincera de uma forma quase crua). parece que vai faltar uma aula pra minha semana. e arrisco a dizer que queria você aqui pra te levar comigo pro samba, pra gente exercitar a gente. acho que vou sentir falta da presença gorda, dos assuntos que me canso de ouvir (e que às vezes só finjo que escuto). da naturalidade de quando contamos os casos da infância, quando não há mais tom de competição, nem inveja. eu sou uma. você é uma. e a gente se ama: cá do nosso jeito esquisito... mas é assim que é. tem que aprender pra aceitar.

(pra alguém que me faz acreditar em destino, em vidas, em evolução do espírito.)