16 junho 2006

enamorado


"psicórdica
(adélia prado)

vamos dormir juntos, meu bem,
sem sérias patologias.
meu amor é este ar tristonho
que eu faço pra te afligir,
um par de fronhas antigas
onde eu bordei nossos nomes
com ponto cheio de suspiros."

e eu já tinha pedido. feinho assim.

08 junho 2006

romance "muderno"


ele gostava dela. ela gostava dele. até gostavam de estar um com o outro. se admiravam e tinham os mesmos gostos. o sexo também era bom. enfim, eles se davam bem. só não namoravam. não no sentido oficial da palavra. nem em qualquer outro sentido. mas era tudo bem estável e constante. e nada simples.

para que as coisas dessem certo, para que eles não namorassem, devia existir alguns limites e outras determinações.
exemplo:
_ chamar pra ir ao cinema pode?
_ pode. eles gostam dos mesmos filmes, ué?!
_ convidar pra sítio com os amigos?
_ não, não pode. até explicar pra todo mundo o esquema todo...
_ convidar pra assistir dvd em casa pode?
_ se morar sozinho pode. se morar com família, nem pensar? vai apresentar como? amigo (a)?
_ mandar mensagem carinhosa pode?
_ pode.
_ pedir satisfação, pode?
_ não.
_ ficar com outras pessoas pode?
_ pode.
_ se envolver com outras pessoas, pode?
_ não. aí é quase traição.
_ se abrir com a pessoa. sobre as dificuldades do dia?
_ pode.
_ pedir o telefone da casa, pode?
_ não, não pode.

outra coisa importante para o relacionamento é a definição de dias de se encontrar. pra evitar situações chatas, sabe?! tipo um ligar e o outro estar com alguém. tem que organizar pra dar certo. assim, bem desse jeito. botando os sentimentos na fila. um depois do outro. um pra cada dia da semana.

aliás, alguém lembra de “sapino”?