10 agosto 2005

numa reportagem da revista veja do ano de 1999, sobre depressão, li que algumas pessoas tendem à depressão. que é algo meio hereditário, como propensão em ter hipertensão ou alguma doença cardíaca. e que mulheres também são mais propensas a desenvolver uma depressão porque produzimos menos serotonina no organismo. lendo isso, há alguns anos, no auge da minha infelicidade, logo concluí que eu me encaixava em todas essas “propensões”. e que, sendo assim, eu tinha todos os motivos do mundo para me considerar uma pessoa depressiva e concordar que não havia muita solução pra mim. minha mãe me xingou demais, mas eu estava convencida que jamais seria feliz, com minha condição de vítima aceita.

hoje, depois de alguns anos de terapia, mais outros tantos de conversa, muita realidade e muito calejo, vejo que, felizmente, eu estava errada. fora a inércia a que tendo sempre, e contra a qual luto, meu bom humor tem vencido. ufa! tendo à felicidade. mesmo às vezes curtindo minha dor, uma tristeza, chorar até ficar com vergonha do meu nariz vermelho e gigante quando isso acontece, mesmo assim, depois disso tudo, me canso. canso de sofrer, de ter pena e aí tudo anda, volto a fazer vozes, a soltar frases engraçadas e a rir.

de certa forma, é um alívio chegar a essa conclusão. mesmo por que, relendo a matéria antiga da veja, li que uma tristeza profunda é caracterizada como depressão depois de umas duas semanas ou três sem que ela passe. bem, nó na garganta não sinto mais...

2 comentários:

Frederico Bernis disse...

Depressão é a doença de pensar demais.
A Carla Perez não se deprime. Nem o Kléber Bambam.
O Walter Benjamin se matou. E o Deleuze pulou da janela.
"que haja meio termo,
que haja meio termo,
amém."

Anônimo disse...

brilhantes palavras!