21 março 2006

arquivo morto


tenho uma memória que não precisava ter. lembro de coisas inúteis, como o telefone da manicure ou da copiadora ou da ginecologista. lembro que fui a um show da xuxa em 15 de outubro de 1988. lembro de datas absurdas, como a data em que fiquei com um menino há uns 11 anos atrás. lembro que meu último namoro começou e terminou com a mesma roupa. lembro de conversas inteiras no msn e fora dele. frase por frase. sou capaz de transcrever. como se interessasse pra alguém ouvir.

lembro e penso demais. frito o dia todo com um milhão de coisas. e na minha condição de geminiana que quer apreender tudo ao redor, minha memória traz algumas coisas de vez em quando que me fazem “atinar” para situações ocorridas há tempos. como outro dia em que me lembrei de uma marca de unha nas costas de um ex-namorado - que me encheu de chifres (odeio a palavra, mas...) - que eu deixei passar. não pedi maiores explicações, nem nada. era mais nobre cegar.

e olha que era daquelas unhas cravadinhas, sabe? sem arranhão. só a unha cravada. como assim minha memória me prega uma peça dessas num sábado de manhã enquanto eu assisto pela 56ª vez a “um sonho de liberdade”?

não dava pra ter uns neurônios a menos, não?

Um comentário:

Gude disse...

Memória boa é bom quando a memória é boa, mas quando a memória é ruim é no mínimo estranho...

Legal o seu blog, moça. :)