29 maio 2010

o diretor

Eu quero tudo aos meus pés. E quero tudo. Com medo e aflição que tudo se acabe amanhã, depois ou já tenha evaporado e eu não percebido.
Quero todas as mulheres, todas as músicas, as horas, as drogas, todo o suor que eu puder. Me desespero de ver que não tenho mais vinte, nem trinta e que o futuro não está tão aí. Me esforço pra ser livre, sem pegas, solto dentro de um mundo de amarras que me parecem tão definitivas. E me perco porque o que quero é desabar e fingir conseguir voar para longe de qualquer piso firme.
Ajo como se tivesse todas as mulheres a minha porta e talvez elas estejam, mesmo que a certeza disso não seja importante para a ganância que tenho de viver tudo, antes que eu adoeça ou me encontre fraco demais para agarrar o que digo que quero.
Tudo que puder ter ou experimentar, antes que haja um porto.

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