13 dezembro 2005

por cima de mim


de tempos em tempos, acredito que as pessoas se vêem diante de paradigmas sociais a serem superados. já vi minha mãe fazer isso um milhão de vezes. a filha falar que beijou um menino hoje, outro depois de um mês. ou chegar e falar: “mãe, transei com meu namorado”. ou anos mais tarde: “sim, mãe, estou transando com ele, mas ele não é meu namorado”. me impressiono sempre de ver como ela engoliu e digeriu tudo e aceitou e compreendeu. sem preconceitos.

me pergunto o que farei quanto chegar a minha vez. quais serão os tabus que terei de superar. minha filha vai trazer um namorado ou uma namorada? e no mês seguinte? vai me apresentar um homem ou uma mulher? vai ser só um por vez? e as drogas? vou ter que admitir que são normais e inevitáveis quando, pra mim, são inaceitáveis até o álcool e cigarro? me questiono quantas mil vezes vou ser pega de surpresa.

conversei com minha mãe outro dia sobre isso. ela me disse que essa coisa de bissexualidade é falta de religião. ando tão sem noção que sou incapaz de dizer que discordo dela. é. talvez as pessoas tenham mesmo seus limites...

que eu esteja pronta para as surpresas.