16 dezembro 2005

equilibrista


me falta um pilar.
uma sorte.
um lado.

pra quem chorar quando tudo mais parece escuro?
minha tríplice está manca.
dois pés, corda bamba eterna.

me falta uma sorte.
um calço.
sigo capenga.
e vou e vou. assim mesmo.

14 dezembro 2005

abrindo o baú


ganhei mais um fantasma. inusitado e inesperado. nada planejado.
quase vergonhoso, pra mim tão “culta”...
encasquetei e pronto.
perna bamba, coração acelerado, mão tremendo...

se eu queria? nem sei.

complicado. difícil. escorregadio.
guardo no baú dos mal resolvidos? ou quebro cabeça?

apaixonandinha... q brega!

13 dezembro 2005

por cima de mim


de tempos em tempos, acredito que as pessoas se vêem diante de paradigmas sociais a serem superados. já vi minha mãe fazer isso um milhão de vezes. a filha falar que beijou um menino hoje, outro depois de um mês. ou chegar e falar: “mãe, transei com meu namorado”. ou anos mais tarde: “sim, mãe, estou transando com ele, mas ele não é meu namorado”. me impressiono sempre de ver como ela engoliu e digeriu tudo e aceitou e compreendeu. sem preconceitos.

me pergunto o que farei quanto chegar a minha vez. quais serão os tabus que terei de superar. minha filha vai trazer um namorado ou uma namorada? e no mês seguinte? vai me apresentar um homem ou uma mulher? vai ser só um por vez? e as drogas? vou ter que admitir que são normais e inevitáveis quando, pra mim, são inaceitáveis até o álcool e cigarro? me questiono quantas mil vezes vou ser pega de surpresa.

conversei com minha mãe outro dia sobre isso. ela me disse que essa coisa de bissexualidade é falta de religião. ando tão sem noção que sou incapaz de dizer que discordo dela. é. talvez as pessoas tenham mesmo seus limites...

que eu esteja pronta para as surpresas.

10 dezembro 2005

tudo de mim


tenho que me corrigir. é verdade. tudo aqui tem muito ou tudo de autobiográfico. é inevitável. qualquer coisa que sai de mim tem muito do que eu sou.

além disso, os assuntos "para cá" surgem de acontecimentos, fatos da vida - minha ou das pessoas perto de mim. muitas coisas são sugeridas, mas tudo é sempre muito carregado do que eu penso, já que a palavra final é sempre minha por aqui.

mas em breve, a palavra de outras pessoas por aqui. (ouviram meninas? estou esperando os textos...)

07 dezembro 2005

irresistíveis


me intriga entender o poder que algumas pessoas possuem. de manter as outras ali. uma atração irresistível, um enlace em tudo que chega perto. como ímãs. pessoas que encantam e são incríveis. e têm carisma. impressionante.

talvez essas minhas dúvidas tenham a ver com meus sentimentos obscuros de ultimamente. ou de sempre. de que, ao contrário das pessoas “irresistíveis”, há as substituíveis. interessantes, mas não imprescindíveis.

e quase não arrisco dizer que me sinto como essas segundas, por medo de que meus queridos me desmintam. ou me repreendam.

mas, na verdade, invejo as pessoas necessárias. sem as quais não dá pra viver sem. que aparecem e roubam a cena. os homens ou mulheres caem aos seus pés. sempre cheias de opções, de saídas. ali. abertas, caso se cansem do caminho de lá.

03 dezembro 2005

falando sozinha


[pensando racionalmente]

_ não serve pra p.f., não serve pra casinho, não serve pra namoro...
_ e tem que servir?
_ ué? não tem não?

[cansada]

quente e amargo


nem foi tão fria assim, na verdade. foi bem quente e amarga. os frios na barriga, a perna banba. e é estranho que algumas coisas tenham que ser feitas. por mim, pela honra.

apesar de fácil, não teve muito de prazerosa. havia um pezar, um lamento pelo outro. pelo que podia ter sido bom, fantástico, promissor.

difícil gostar, entender o inexplicável. decifar o interesse por sei lá o quê.

talvez a certeza de que tudo foi feito certo venha no futuro, com as atitudes e as reações. talvez venha o prazer.


já a vingança de hoje é fria, gelada. cheia de prazeres e deleites. espera longa, quase sem interesse, depois de tantos anos.
::causar estranheza::ser o centro das atenções::causar inveja::ignorar os olhares::
::quem é essa?::de onde veio::que venham os maus agouros::


já o resto, espero a segunda e vejo no que dá.